Integrando o time de pragas da soja, os nematoides vêm crescendo em importância no sistema produtivo e ganhando espaço no cenário brasileiro como um dos principais problemas fitossanitários da sojicultura brasileira, podendo inclusive inviabilizar algumas áreas de cultivo de soja (Grigolli, 2015). Dentre as principais espécies podemos citar: Nematoide de galha (Meloidogyne spp.); nematoide de cisto da […]Leia mais
Integrando o time de pragas da soja, os nematoides vêm crescendo em importância no sistema produtivo e ganhando espaço no cenário brasileiro como um dos principais problemas fitossanitários da sojicultura brasileira, podendo inclusive inviabilizar algumas áreas de cultivo de soja (Grigolli, 2015).
Dentre as principais espécies podemos citar: Nematoide de galha (Meloidogyne spp.); nematoide de cisto da soja (Heterodera glycines); nematoide reniforme (Rotylenchulus reniformis) e o nematoide das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus).
Segundo Dias et al. (2010), os sintomas geralmente são observados em plantas em desenvolvimento, em reboleiras. Dentre os principais sintomas da parte aérea da planta, podemos destacar manchas em reboleiras, redução do crescimento das plantas, plantas amareladas, folhas cloróticas e com aspectos de “carijó”, além das lesões ou cistos no sistema radicular das plantas de acordo com a espécie de nematoide.
O controle de fitonematoides é uma tarefa difícil. Geralmente o produtor precisa conviver com o patógeno através do manejo dos níveis populacionais no solo (Grigolli & Asmus, 2014). Embora seja possível a utilização de alguns produtos para o controle de nematóides, Grigolli & Asmus (2014) enfatizam que o melhor controle é a rotação de cultura com plantas que possuem a capacidade em reduzir as populações de nematoides, como algumas espécies de crotalária.
Embora o controle dessa praga seja extremamente dificultoso, Araujo; Bragante; Bragante (2012) destacam que há alternativas genéticas, químicas e biológicas para controle dos nematoides em soja, entretanto, é necessário o planejamento do uso dessas ferramentas e identificação da espécie praga.
Os autores avaliaram a eficácia dos métodos de controle da meloidoginose da soja. Para isto, foi utilizado o genótipo de soja BRS 282, resistente a Meloidogyne javanica e M. incognita, no controle genético, o nematicida carbofurano no controle químico e o Bacillus subtilis (PRBS-1 e B-1) no controle biológico (Araujo; Bragante; Bragante, 2012), a outra cultivar avaliada foi a BRS 184, a qual não apresenta resistência aos nematóides. Conforme os resultados observados por eles, embora o tratamento químico e biológico de sementes tenha contribuído para o crescimento e desenvolvimento das plantas, o controle genético, através do uso da cultivar resistente a nematoides apresentou os melhores resultados frente ao controle da praga.
Avaliando o controle de Pratylenchus brachyurus via tratamento de sementes de soja, Bortolini et al. (2013), observaram que dentre os tratamentos avaliado para controle do nematoide, o menor nível populacional (indivíduos/ g raiz) foi observado com o uso de Abamectina, demonstrando que o produto é uma interessante ferramenta no manejo de nematoides, quando utilizado no tratamento de sementes de soja.
Tabela 1. Efeito dos nematicidas sobre o nível populacional e o fator de reprodução. Tangará da Serra – MT.
Ainda que uma redução significativa da população de nematóides tenha sido observada por Bortolini et al. (2013) com a utilização de abamectina no tratamento de sementes de soja, cabe destacar que o manejo e controle da praga é extremamente difícil, e a utilização de produtos para seu controle no tratamento de sementes é apenas uma das ferramentas disponíveis, sendo essencial a manutenção e continuidade de boas práticas agronômicas como o cultivo da plantas de cobertura com habilidade em reduzir a população de nematoides e a rotação de culturas.
Fonte da foto de capa: TMG – Lavoura afetada com nematoide do cista na soja
Referências:
ARAUJO, F. F.; BRAGANTE, R. J.; BRAGANTE, C. E. CONTROLE GENÉTICO, QUÍMICO E BIOLÓGICO DE MELOIDOGINOSE NA CULTURA DA SOJA. Pesq. Agropec. Trop., Goiânia, v. 42, n. 2, p. 220-224, abr./jun. 2012. Disponível em: < https://www.scielo.br/pdf/pat/v42n2/13.pdf >, acesso em: 04/12/2020.
BORTOLINI, G. L. et al. CONTROLE DE Pratylenchus brachyurus VIA TRATAMENTO DE SEMENTE DE SOJA. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Goiânia, v.9, n.17; p. 2013. Disponível em: < http://conhecer.org.br/enciclop/2013b/CIENCIAS%20AGRARIAS/CONTROLE%20DE%20Pratylenchus.pdf >, acesso em: 04/12/2020.
DIAS, W. P. et al. NEMATÓIDES EM SOJA: IDENTIFICAÇÃO E CONTROLE. Embrapa, Circular Técnica, n. 76, 2010. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPSO-2010/30766/1/CT76-eletronica.pdf >, acesso em: 04/12/2020.
GRIGOLLI, J. F. J. MANEJO DE NEMATOIDES NA CULTURA DA SOJA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2014/2015, 2015. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attachments/215/215/newarchive-215.pdf >, acesso em: 04/12/2020.
GRIGOLLI, J. F. J.; ASMUS, G. L. MANEJO DE NEMATOIDES NA CULTURA DA SOJA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2013/2014, 2014. Disponível em: < https://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/985986/1/cap.9.pdf >, acesso em: 04/12/2020.
Fonte: Mais Soja