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TECNOLOGIA – Bioeconomia é chave para alimentar o mundo e mitigar efeitos climáticos, alerta especialista

Pesquisador da Embrapa exalta valor da ciência à sociedade em evento exclusivo para líderes de indústrias sementeiras brasileiras

13 de abril de 2022

CRISPRs, RNAi, transgenia. Termos ainda desconhecidos ou pouco compreendidos pelo senso comum, mas que fazem parte, de fato, do dia a dia de milhões de pessoas em todo o mundo. Tratam-se de tecnologias desenvolvidas sob o crivo da ciência que impulsionam a produção agropecuária diante de um grande desafio: ampliar a oferta de alimentos à mesa de uma população que se aproxima dos 8 bilhões de habitantes.

O panorama de recursos tecnológicos, tendências e métodos em franca pesquisa mundial foi apresentado pelo pesquisador chefe geral da Embrapa Soja, Dr Alexandre Lima Nepomuceno, a indústrias sementeiras integrantes da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS) na palestra online “Novas Tecnologias, Perspectivas e Desafios”.

Foto arquivo: ABRASS – Palestra Dr. Alexandre Lima Nepomuceno

Pesquisador dos quadros da Embrapa há mais de 30 anos, Nepomuceno exalta que a chamada Bioeconomia será um dos alicerces na mitigação dos efeitos climáticos, potencializando a produção de alimentos. Ela já está presente em itens corriqueiros como o óleo de soja, feijão, fubá, gomas de mascar e a ração dos pets. E também se manifesta até mesmo em mosquitos geneticamente modificados, ferramenta inovadora no combate à dengue.

“Nós estamos falando de uma verdadeira revolução tecnológica, que é a revolução da genética – e que às vezes passa desapercebida no Brasil, infelizmente. Os transgênicos ficaram mais conhecidos, com toda uma polêmica em torno, mas nós já temos a revolução da genética na vida de todos nós há muito mais tempo na indústria farmacêutica, por exemplo, com a insulina. A base da vida no nosso planeta são as mutações genéticas. É o que dá a diversidade que temos no mundo”, declara o pesquisador.

O Brasil é hoje o terceiro maior produtor mundial de plantas transgênicas. Nos três continentesamericanos, ao menos 80% dos grãos cultivados são transgênicos. Paralelamente, uma nova onda de pesquisas sinaliza caminhos disruptivos para potencializar a produção, a resistência a pragas e doenças e estimular uma futura redução de custos a quem produz alimentos.

Esse conjunto tem como destaque na atualidade o CRISPR (do inglês Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats), técnica de biologia molecular que utiliza a edição do código genético. Ela permite, entre outras funções, inativar, deletar ou corrigir determinados genes de seres vivos. Estudo a respeito conferiu o Prêmio Nobel de Química a duas cientistas em 2020. No Brasil, a Embrapa já iniciou pesquisas em CRISPR e uma planta de soja “geneticamente editada” está sendo submetida à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).

“O Dr Alexandre Nepomuceno é, sem dúvidas, um dos grandes nomes nacionais ao colocar aos agricultores a possibilidade de conhecimento, agregando em qualidade à produção e à segurança alimentar do nosso país. Este evento é o início de um grande trabalho para conduzir o aprimoramento do setor de sementes do Brasil e alinhar as melhores práticas e políticas”, destaca o presidente da ABRASS, Gladir Tomazelli.

Bioeconomia: a ciência do futuro no presente

Bioeconomia é um modelo de produção industrial baseado no uso de recursos biológicos. O objetivo é oferecer soluções para a sustentabilidade dos sistemas de produção com vistas à substituição de recursos fósseis e não renováveis. A bioeconomia envolve também a produção de plásticos biodegradáveis, biopolímeros, biopesticidas, pigmentos, alimentos funcionais e biofortificados até medicamentos, fragrâncias e cosméticos. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a bioeconomia movimenta no mercado mundial 2 trilhões de Euros e gera cerca de 22 milhões de empregos. Estudos da organização apontam que o setor responderá, até 2030, por 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) dos seus países membros, percentual que poderá ser ainda maior em países como o Brasil.

Com informações da Embrapa. Acesse e saiba mais: https://www.embrapa.br/tema-bioeconomia/sobre-o-tema

Fonte: ABRASS / Íntegra Comunicação Estratégica.