Uma boa lavoura começa pela semente. Para alcançar o resultado esperado, com mais lucro e produtividade, o tratamento de sementes é uma ferramenta poderosa para proteger o insumo de inúmeros agentes causadores de doenças e pragas que ameaçam a fase inicial do cultivo. Quando se realiza a semeadura, se começa também uma corrida pela produtividade e é aí que que a semente sofre uma série de ameaças.
Como consequência, cada ataque na fase inicial do cultivo reduz o potencial de desenvolvimento da plântula e sua futura produtividade. A utilização de produtos tanto químicos, quanto biológicos, proporciona a proteção das sementes neste período, o que beneficia o desenvolvimento das plantas já na germinação em estágio inicial da lavoura.
Para maior acessibilidade e conveniência, o produtor pode trabalhar com ofertas de soluções em dois segmentos: Tratamento de Sementes Industrial (TSI) e Tratamento de Sementes Profissional nas propriedades (On Farm).
Dentre os tipos disponíveis, o tratamento de sementes industrial está em amplo crescimento no Brasil. Essa modalidade agrega vantagens relacionadas à maior precisão do tratamento, à manutenção da qualidade de sementes e redução do risco de exposição.
Já o conhecimento em On Farm ou Tratamento de Sementes Profissional nas propriedades é aquele adquirido diretamente nas fazendas, e não na indústria como no caso do TSI.
Porém, para que o agricultor possa atingir a excelência no processo de produção é necessário que fique atento a outros fatores de extrema importância neste período, entre eles plantabilidade, densidade correta, velocidade do plantio. A seguir discorro mais sobre elas e o impacto para o
cultivo.
A qualidade de plantio considera desde condições do tempo e de solo, até os detalhes de regulagem da semeadora. O produtor precisa de um planejamento detalhado para definir a quantidade ideal de sementes que será plantada por metro linear a fim de conseguir determinar a melhor densidade de plantas e otimizar o potencial produtivo da semente.
A densidade também é importante: quanto mais uniforme for a distribuição das sementes durante a fase de plantio, melhor será o arranque inicial das plantas e o estabelecimento da plantação. Quando ocorre a situação oposta, pode haver a não uniformidade no processo de semeadura gerando dois problemas graves: a ocorrência de falhas ou ‘duplas’.
As falhas representam locais em que a semente não foi plantada. Além de serem áreas improdutivas na lavoura, esses espaços favorecem o desenvolvimento de plantas daninhas. Já as “duplas” ocorrem quando duas ou mais sementes são depositadas no sulco de semeadura, causando a germinação de mais de uma planta em espaço limitado ao seu desenvolvimento, o que também gera na colheita.
Para otimizar a sistema produtivo e obter maior rentabilidade, em muitas regiões no Brasil se são feitas a primeira safra de soja (verão) e o milho safrinha (inverno). Nesta situação, os produtores buscam variedades cada vez mais precoces e as janelas de plantio têm prazo apertado. As operações em alta velocidade prejudicam a distribuição das sementes, pois a semeadora pode ter maior dificuldade para cortar a palha presente no solo e abrir o sulco de plantio.
Por fim, e não menos importante, a regulagem de plantadeiras também traz impacto. As semeadoras são máquinas robustas e complexas e, por isso, vale a pena contar com auxílio técnico para realizar a regulagem e manutenção dos componentes para melhorar a produtividade da safra.
As dicas para o tratamento da semente são parte fundamental do trabalho de base de um plantio. O trabalho do agricultor tem se tornado mais desafiador a cada safra. Por isso, é importante que ele possa contar com o suporte necessário e com soluções e tecnologias que irão auxiliá-lo na missão de produzir mais, em menor área, de forma sustentável e com a proteção. O Brasil tem sido uma referência e vitrine de inovação na agricultura para o mundo. Esta percepção vem justamente dos cuidados na produção agrícola – do início ao fim do plantio – visando garantir um alimento de qualidade.
Fonte: Canal Rural / Artigo: Ricardo Otranto, engenheiro agrícola.