O Ministério da Agricultura anunciou nesta quarta-feira (17/6) R$ 236,3 bilhões para o financiamento agropecuário da safra 2021/21. O volume é 6,1% superior ao disponibilizado para a safra passada e o maior já anunciado pelo governo.
“O esforço do governo para viabilizar esse plano safra é um reconhecimento das conquistas e do potencial do setor, que está pronto para contribuir para a retomada econômica após o coronavírus”, ressaltou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, durante o lançamento do plano.
Do total anunciado, R$ 194 bilhões serão de recursos com juros controlados pelo governo, com taxas que vão de 2,75% para as linhas de financiamento voltadas à agricultura familiar e chegam a 7% nas linhas de aquisição de máquinas e implementos, como o Moderfrota. As alíquotas são inferiores ao praticado no plano safra anterior, que variaram entre 3% e 8%, respectivamente.
“Hoje, a gente sabe que, embora a taxa básica de juros tenha caído bastante, depois da pandemia os juros comerciais se elevaram e, quem está no negócio, vai reconhecer que essas taxas são bastante competitivas e cabem no bolso da agricultura”, ressaltou o secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio.
Para custeio e comercialização, serão disponibilizados R$ 179,38 bilhões neste Plano Safra, aumento de 5,9% ante o ano passado, e R$ 57 bilhões para investimentos.
Para financiamentos voltados a pequenos produtores, com as menores taxas de juros, o Plano Safra 2020/21 contará com R$ 33 bilhões para financiamento pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e outros R$ 33,1 bilhões, por meio do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).
Os valores são 25% superior ao disponibilizado na safra 2019/2020. “O Pronaf é visto como prioridade pelo governo desde o ano passado. A gente considera que ele foi bem atendido em 2019/20 e esperamos que não haja nenhum problema este ano”, afirmou Sampaio.
Assim como no ano passado, o Plano Safra também contará com recursos recordes para subvenção ao seguro rural, de R$ 1,3 bilhões - R$ 300 mil acima do disponibilizado em 2019/20. Em seu pronunciamento, a ministra da Agricultura destacou o papel do programa na mitigação dos efeitos da estiagem no sul do país sobre a renda dos produtores agrícolas.
“Não fosse o seguro rural, talvez a situação fosse muito pior do que temos lá no Rio Grande do Sul hoje”, avaliou Tereza Cristina. Só em soja, a quebra da safra gaúcha foi de 45,8%, com 10,6 milhões de toneladas colhidas ante uma expectativa inicial de 19,7 milhões.
O plano deste ano também ampliou em 33,3% os recursos disponíveis para o Inovagro, voltado para investimentos em inovação tecnológica, e em 43,4% para o Moderinfra, voltada para investimentos em infraestrutura.
Em 2020/21, os produtores poderão usar essas linhas para a aquisição de equipamentos de monitoramento climatológico, como estações meteorológicas e softwares, equipamentos e serviços de pecuária de precisão ou financiamento para a produção e aquisição de bioinsumos.
Fonte: Revista Globo Rural