A AgBiTech anunciou esta semana o lançamento do inseticida biológico Lepigen, indicada especificamente para o controle de Spodoptera spp. na soja “Bt” ou Intacta. Segundo a empresa australo-americana, o novo produto estará disponível para comercialização e aplicação já na safra 2020-21.


De acordo com o diretor de marketing da AgBiTech Brasil, engenheiro agrônomo Murilo Moreira, a soja “Bt” ou Intacta corresponde à maior fatia de vendas de lagarticidas químicos do mercado brasileiro, da ordem de US$ 245 milhões. A adesão às sementes com essa tecnologia pelo produtor chegou a 74% da área de soja na última safra, contra 65% do ciclo 2018-19.


O agrônomo assinala que as plantas “Bt” ou Intacta não são efetivas à ação da Spodoptera spp. Ao mesmo tempo, ressalta ele, aumento expressivo tem sido observado na frequência de resistência em populações de lagartas Spodoptera frugiperda a inseticidas pertencentes aos principais grupos químicos. “Esse cenário leva à necessidade de se promover a rotação entre produtos com modos de ação distintos, químicos e biológicos, com objetivo de reduzir a seleção de populações resistentes”, complementa Moreira.


Segundo ele, resultados obtidos em nível de campo mostraram que, ao integrar Lepigen às estratégias de manejo de Spodoptera spp. nas situações de alta e média pressão da lagarta, houve ganhos na eficácia de controle e também redução, em torno de 40%, nos custos de tratamentos, na comparação ao chamado manejo padrão do produtor.


Ainda conforme Moreira, em lavouras nas quais há baixa infestação ou surtos iniciais de Spodoptera spp., Lepigen pode ser aplicado isoladamente, ou seja, sem necessidade de manejo integrado a inseticidas químicos. “O controle dos primeiros surtos da lagarta é essencial, pois sabemos hoje que mais de noventa por cento dos danos causados à soja por Spodoptera spp. são ocasionados pelas lagartas médias e grandes, a partir do quarto ‘ínstar’”, explica ele.

De acordo com o agrônomo, do início da infecção da Spodoptera spp. pelo baculovírus de Lepigen, até a morte da praga, decorrem de três a sete dias. Moreira destaca também que as pesquisas que antecederam ao lançamento do produto, no Brasil, contaram com a participação de acadêmicos e consultorias de renome, tais como Ceres, Fundação Chapadão, Fundação MS, Fundação MT, Gapes e Unesp de Ilha Solteira (SP).

Fonte: Agrolink / Portal KLFF