A agricultura digital vem conquistando espaço nos investimentos das marcas de máquinas e equipamentos. Essa nova realidade digital foi abordada pela CASE, em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (04).
Esse aspecto é baseado em três frentes. O monitoramento da frota, com utilização dos dados gerados com foco em performance, podendo reduzir em 30% o tempo de inatividade; com a gestão agronômica o foco está na sustentabilidade financeira, com ganho de até 20% em produtividade e, por fim, o gerenciamento dos milhares de dados gerados em um ambiente colaborativo pode render até 5% o ganho nas operações. “Nada disso funciona sem conectividade no campo. Por isso adotamos ferramentas que gerenciam isso e também contamos com o ConectarAGRO nesse trabalho que já tem 5,1 milhões de hectares cobertos, em 50 mil propriedades, com 4G”, explica Christian González, vice-presidente da Case IH para América do Sul.
Desempenho no mercado
Com foco em máquinas conectadas, a CASE atingiu bom desempenho no mercado em 2019. Em tratores a participação no mercado chegou a 10%, com 2,5 mil unidades comercializadas em 5 anos. Em 2000 essa fatia de mercado era apenas 2%. Para este ano a expectativa é crescer 7% no segmento de alta potência, onde a marca é referência. Em colheitadeiras a participação atingiu 20%, sendo que em 2000 era de 4%. Foram vendidas 5,6 mil unidades em 5 anos.
Para González o ano de 2020 é considerado o ano de um novo ciclo para a marca. Mesmo com a pandemia o agro não parou e com isso o mês de junho registrou alta de 30% em colheitadeiras, com o segundo maior volume de vendas da marca na história e o maior em 7 anos. Em tratores a alta foi de 6%, maior em 6 anos. “O ano começou meio estranho mas o primeiro semestre foi muito bem. Focamos sempre em alta produtividade com soluções inovadoras para produtor profissional , que também chegaram aos pequenos produtores”, destaca.
Para o segundo semestre a marca é otimista. São quatro lançamentos que saíram dentro do prazo previsto. “Não vamos ceder nenhum palmo de terreno ganho e pretendemos seguir crescendo nesse ano. Temos agro forte, produtor forte e no varejo pretendemos fechar acima do ano passado”, acredita González.
Do plantio à colheita
A marca lançou quatro novas máquinas com foco em atender desde o plantio até a colheita: uma plantadeira, um pulverizador e duas colheitadeiras. Silvio Campos, diretor de Marketing de Produto para a América do Sul, aponta que as soluções focam em renovação da linha, maior efetividade na operação, economia de insumos e rendimento.
Na linha de plantadeiras chega a Fast Riser 6100. A máquina é dobrável e essa manobra pode ser feita de forma automática pelo operador, sem necessidade de sair da cabine e que chega a cerca de 6,2 metros de largura, praticamente a mesma do trator, facilitando o transporte entre uma lavoura e outra. A máquina não tem bicos graxeiros na linha de plantio e apenas 7 bicos graxeiros, o que facilita a manutenção. São demandados 10 minutos para engraxar a cada 3 dias. Na parte agronômica há aumento de 40% de uniformidade na distribuição horizontal e a distribuição de peso vertical auxiliam em melhores condições de plantabilidade, evitando duplas e falhas. “São 10 mil hectares por ano com uma única plantadeira. Fizemos esta experiência na safra passada, em soja e safrinha de algodão e conseguimos realizar o trabalho com uma única máquina, com precisão da primeira a ultima linha”, diz Campos.
O segundo lançamento é um pulverizador, o Patriot 350. O destaque da máquina é que independente da faixa de velocidade de trabalho alcança a mesma qualidade de aplicação, com 20% mais uniformidade e 60% de redução de sobreposição. Na operação permite até 2,5m de altura de aplicação com vão livre de 1,73 m, permitindo atingir diversas culturas. A diferença é que o tanque fica no meio dos eixos, entre a cabine e o motor. “Não importa quanto de produto tenha no tanque há a mesma distribuição de peso, então o pulverizador não tem variação. Isso gera até 15% em economia de insumos”, explica o diretor.
Em colheitadeiras são dois lançamentos de peso em axiais. O primeiro é a Axial-Flow 150, que vem para substituir a série 130. O destaque é a nova transmissão de acionamento eletrônico de 4 velocidades, cabine com luzes de led, 40% mais robustez e menor custo operacional. A axial é conhecida pela ótima qualidade de grão colhido porque há menos partes móveis em contato com o grão, fazendo a debulha é suave.
Na Axial-Flow 250, o grande porte chama a atenção. A máquina é autoregulada, ou seja, permite fazer 9 operações sem intervenção do operador, o que economiza cerca de 1800 intervenções diárias. A cabine vem revestida com bancos de couro vermelho. São quatro modos de colheita: para sementes, para grãos com baixas perdas, colheita em menor tempo possível e sincronia com outros processos na lavoura,como transporte. “A característica dessas duas colheitadeiras é que são ideais para quem esta interessado em grãos mais inteiros, que aumentam o valor do produto na venda e facilitar a operação. A meta é que o operador seja apenas um gestor da colheita”, conclui Campos.
Fontes: Portal Agrolink