Motivo de grande preocupação para agricultores, as infestações de mosca-branca têm sido cada vez mais frequentes em diversas culturas. Nos últimos anos, as lavouras de soja vêm sendo umas das mais afetadas pela praga, causando prejuízos aos produtores.
Na planta da soja, a mosca-branca pode causar danos tanto diretos quanto indiretos. Dependendo do seu nível populacional, as perdas de produção podem variar de 20% a 100%.
Por isso, é fundamental, por parte do agricultor, conseguir identificar e combater essa praga. Também é importante saber quais as medidas que podem ser adotadas no seu controle, para que o dano seja reduzido significativamente.
Mosca-branca na soja: saiba identificá-la corretamente
Já faz certo tempo que a mosca-branca (Bemisia tabaci raça B) tornou-se uma praga de grande importância, sendo motivo de muita preocupação na cultura da soja. Por isso, saber identificá-la corretamente é o ponto de partida para iniciar seu controle.
A mosca-branca é um inseto pequeno, com aproximadamente 2 mm de comprimento na fase adulta. Os ovos dessa espécie têm formato de pera e estão presentes na parte fora do eixo das folhas. Durante seu ciclo, cada fêmea é capaz de depositar de 100 a 300 ovos.
Ao eclodir, as ninfas, cujas cores vão de translúcida ao amarelo-palha, são capazes de se locomover por alguns minutos até encontrar o local mais adequado na planta para então se fixar. A partir desse estádio, começam a succionar a seiva da planta, se desenvolvendo até atingirem o estágio adulto.
Vale citar também que, tanto os adultos como as ninfas, ao introduzirem o aparelho bucal no tecido da planta, injetam fitotoxinas. Isso pode provocar alteração no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da cultura, reduzindo a produtividade.
Além disso, sob condições climáticas favoráveis, o ciclo de vida da mosca-branca costuma variar de 18 a 30 dias, podendo ocorrer de 11 a 15 gerações por ano.
Danos diretos e indiretos na cultura da soja
Na cultura de soja, a mosca-branca é uma praga responsável por causar danos diretos e indiretos, com ambos tendo grande potencial em comprometer a produtividade de grãos.
O dano direto mais importante ocorre por meio da sucção de seiva realizada pelos adultos e pelas ninfas.
O dano indireto ocorre pela secreção de substâncias açucaradas, permitindo o desenvolvimento da fumagina. Isso, consequentemente, resultará na redução da capacidade fotossintética, com antecipação do ciclo da cultura, fatores que refletem diretamente na redução da produtividade das culturas. Outro dano indireto de grande impacto se dá por meio da transmissão de variadas viroses. No caso da soja, a virose mais recorrente é a necrose-da-haste, do grupo dos carlavírus, que, com a evolução dos sintomas, pode fazer com que a planta chegue à morte.
Além dos danos diretos e indiretos que provoca, a mosca-branca ainda é caracterizada por apresentar alta taxa reprodutiva, fácil dispersão, polifagia e, em alguns casos, seleção de resistência a inseticidas, fato que contribui para as dificuldades de manejo da praga.
Melhores práticas e estratégias de controle da mosca-branca na soja
Para o eficiente controle da mosca-branca na soja, diversas são as práticas e estratégias que podem ser adotadas pelo agricultor.
Assim, o manejo da mosca-branca no sistema produtivo pode ser feito desde a destruição de restos culturais e plantas voluntárias, passando pelo controle de plantas daninhas hospedeiras da mosca-branca e o controle químico.
Mas, para o sucesso no manejo da mosca-branca na cultura da soja, é essencial a capacidade de reconhecimento da praga associado à adoção completa do manejo integrado de pragas (MIP).
Alinhado ao MIP, destaca-se a busca por inseticidas seletivos, seguindo as recomendações de bula, a fim de prolongar a vida útil destes produtos contra o inseto.
Essas opções podem implementar-se mediante avaliação de novos produtos, o aperfeiçoamento dos métodos de aplicação e o monitoramento constante dos níveis de resistência de mosca-branca em áreas específicas.