O programa TechStart Agro Digital foi lançado em 2019. É promovido pela Embrapa Informática Agropecuária e a Venture Hub, e é voltado para o desenvolvimento e a escalada de novas soluções digitais para o agronegócio. Oferece suporte tecnológico e de negócios às startups e ainda oportunidades de conexão com instituições de pesquisa, corporações e investidores.
Na primeira edição do programa, concluída em fevereiro deste ano, foram graduadas 11 empresas, que apresentaram soluções nas áreas de bioinformática, aplicação de defensivos, operações de crédito, agricultura de precisão, manejo de pastagens, irrigação inteligente, gestão da propriedade, uso de drones e cana-de-açúcar.
Agora a iniciativa entra na segunda edição e recebeu mais de 120 inscrições, de 15 estados brasileiros e 4 países diferentes. Além dos treinamentos e mentorias, ao longo do programa, as 29 startups selecionadas poderão utilizar a infraestrutura de coworking do Innovation Hub Campinas.
A iniciativa conta com soluções nos segmentos de biotechs e bioinformática, aquicultura, pecuária de precisão, automação e robotização no campo, identificação e detecção de pragas e doenças, gestão de risco, cadeia de hortifruti, agricultura de precisão e digital.
Apoio do Google Cloud
Elas também vão contar com benefícios da plataforma Google Cloud. A empresa é a mais nova apoiadora da iniciativa. As startups receberão treinamentos e mentorias com foco em negócios e tecnologia. As orientações serão voltadas para desenvolvimento e validação de produtos, vendas e acesso ao mercado, além de orientações nas áreas jurídica, de patentes e propriedade intelectual.
Na etapa de aceleração do programa, o Google Cloud vai oferecer aos participantes créditos para acessar seus serviços de computação em nuvem, que permitem armazenar assim como também fazer uso de ferramentas de análise de dados e de Inteligência Artificial que tem conduzido organizações de todos os tamanhos em análises aprimoradas sobre a biodiversidade e agricultura do planeta. Também serão distribuídos para as equipes participantes do programa vouchers para certificação em tecnologias de nuvem, além da oferta de palestras técnicas, mentorias e workshops.
“Temos um conjunto muito poderoso de produtos que certamente tem o potencial de turbinar positivamente a inovação no agronegócio no Brasil”, afirmou Milton Larsen Burgese, Diretor para Setor Público do Google Cloud na América Latina.
A integração de tecnologias e os recursos baseados em computação em nuvem são comuns à maioria das startups que estão desenvolvendo soluções para o setor. Para a chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Massruhá, a transformação digital no campo vem acontecendo de forma rápida e é fortemente induzida pelo novo consumidor, mais preocupado com aspectos como nutrição, saúde, rastreabilidade e transparência dos produtos. “Caminhamos para uma agricultura cada vez mais baseada em conteúdo digital, tecnologias de ponta e conectada, numa transição para o que chamamos de agricultura 5.0, onde dados e modelos vão auxiliar não apenas a tomada de decisão mas também possibilitar a automatização de muitos processos. O desafio para todo o setor é, a partir da convergência dessas diferentes tecnologias, agregar valor à produção”, ressalta.
Alguns exemplos
Entre as selecionadas há soluções de todo tipo. Uma startup gaúcha oferece recomendações agronômicas inteligentes para o manejo das doenças na cultura da soja. Por meio de uma plataforma digital, a startup combina dezenas de dados e informações ligadas à fitossanidade que vão auxiliar produtores e técnicos na tomada de decisão.
Outra paulista utiliza usa visão computacional para detecção automática de incêndios florestais e trabalha com metodologias para mensuração de emissões de dióxido de carbono (CO2) relacionadas a incêndios florestais e agrícolas.
A iniciativa de outra, sediada em Holambra (SP),é voltada para o horticultor. A startup trabalha com uma plataforma de gestão para o setor de hortifruticultura e aplica algoritmos inteligentes para gerar recomendações ao produtor que vão impactar na produtividade e rentabilidade do plantio.
Já a startup de Santa Maria (RS) trabalha com potencial produtivo e o risco climático. Realiza pesquisa para gerar soluções tecnológicas para empresas do ramo agrícola e para o produtor rural.
Por fim, outro exemplo, é a startup sul-matogrossense que traz soluções para rastreabilidade e identificação eletrônica de bovinos. Tem como missão, tornar a rastreabilidade de bovinos uma ferramenta de gestão efetiva na administração das atividades da bovinocultura de corte, proporcionando um aumento de competitividade ao produtor rural.
Fonte: Agrolink