A safra de soja deste ano deve atingir o patamar de 154,5 milhões de toneladas segundo o CEO da Agroconsult André Pessôa. Ele abriu nesta sexta-feira os painéis do Encontro Nacional dos Produtores de Sementes de Soja, ENSSOJA, no Hotel Bourbon, em Foz do Iguaçu.
A estimativa da safra foi elaborada após serem feitas 1.400 visitas em lavouras do país. O número de visitas foi maior este ano em razão complexidade para avaliação da safra em decorrência das dificuldades de calendário, condução da lavoura, época de implantação e percentual de replantio necessário.
Ao fazer um apanhado geral sobre o mercado, Pessôa diz que houve uma produção bem razoável para o abastecimento do mercado interno e que mais de 50% da safra deste ano já está comercializada.
Em relação a safra do ciclo 2024/25, o consultor diz que as perspectivas são boas porque já há comercialização de mais ou menos do nível obtido ano passado. Ele estima uma área plantada de 46,2 milhões de hectares de soja o que representa uma queda de 0,4%, ou seja, 500 mil hectares em relação ao ciclo anterior.
A produção calculada é de 171,3 milhões de toneladas, representando um aumento de 11% se comparado ao ciclo 2023/24.
A recuperação da Argentina com uma safra de 50 milhões de toneladas é importante para a formação do estoque global, mas pode pressionar os preços. O país deve ter uma safra de 50 milhões de toneladas este ano.
Em outro painel do evento, o chefe do Centro Nacional de Pesquisa de Soja – Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno abordou os Avanços da Pesquisa em Genética e Biotecnologia.
Membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, Nepomuceno apresentou um histórico dos avanços da biotecnologia e ressaltou que hoje o Brasil é o segundo maior produtor de transgênico do mundo com mais de 200 tipos liberados.
Uma das inovações da área apresentadas é o CRISPR, uma espécie de “tesoura molecular” considerada uma das mais importantes tecnologias deste século. O CRISPR permite que através do conhecimento da sequência de DNA, alterações precisas sejam feitas no genoma (DNA) do organismo alvo, adicionado/deletando determinada característica.
Esse mecanismo leva o nome de edição genética e já vem sendo pesquisado por várias empresas. “Certamente a Biotecnologia é um dos caminhos na nova BioEconomia para agregação de valor”, ressalta.
ABRASS - A Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja tem sede em Brasília (DF) e foi fundada em 2012 com o objetivo de congregar em uma Entidade de classe os multiplicadores de sementes de soja de todo o Brasil, criando um ambiente institucional e multidisciplinar que fortalece a produção de sementes de soja, valoriza a atividade e seu produto final, revertendo benefícios para toda a cadeia produtiva da soja.
Atualmente o corpo de associados está distribuído em 10 estados do país, representando grande parte da produção de sementes de soja do Brasil. “Hoje nós somos 48 associados e comercializamos 25 milhões de sacas de sementes de soja, mais de 50% das sementes comercializadas em 2023”, pontuou Gladir Tomazelli, presidente da ABRASS