Cerca de 300 profissionais da cadeia de produção da soja no Brasil prestigiam o 2º Encontro Nacional dos Produtores de Sementes de Soja (ENSSOJA). O evento foi aberto oficialmente na noite desta segunda-feira (13), em Mogi das Cruzes (SP), e se estende com farta programação técnica sobre inovação, tendências e desafios da produção de soja no país, da semente à colheita e comercialização.
O encontro confere destaque especial aos avanços da biotecnologia no Brasil e no mundo e congrega obtentores (desenvolvedores de novas cultivares de soja), multiplicadores (indústrias de sementes), pesquisadores de diferentes centros e universidades e produtores rurais. Representantes de empresas e instituições de ao menos 10 Estados brasileiros participam do ENSSOJA 2022.
“Todos podemos nos sentar à mesa e ajustar atitudes e conceitos de forma equilibrada. A ABRASS está começando a fazer esse alinhamento e o ENSSOJA mostra isso. Porque de começar nós entendemos: porque tudo começa na semente”, exalta Gladir Tomazelli, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS), promotora do evento e que este ano completa uma década de fundação.
A mesa institucional é ampla. Embrapa, CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Instituto Pensar Agro, multinacionais, empresas obtentoras de genética, Aprosoja Brasil, entidades regionais representativas de agricultores, todos em diálogo cada vez mais constante, sinaliza a ABRASS. Os temas passam por dores e oportunidades comuns, incluindo a discussão de gargalos que são velhos conhecidos da cadeia produtiva, como logística e sistema tributário – “que deve ser justo e claro, eliminando a insegurança jurídica e prejuízos”, pontua Tomazelli.
Tecnologia – A incorporação de novas tecnologias se dá no Agro brasileiro na mesma velocidade de recordes sucessivos nas safras de grãos. Num amplo balcão biotecnológico e de melhoramento genético, o mercado da soja é alimentado por grandes novidades que trazem tecnologia e ganhos ao produtor. Inovação em constante evolução. A cada safra, uma gama de novas cultivares à escolha dos produtores. Nas indústrias de sementes, a tarefa é aprimorar a padronização de processos de qualidade e a assertividade na orientação de posicionamento de cultivares para cada área, microclima e região.
“A introdução de novas tecnologias, atualmente, é muito mais rápida que há 10 ou 12 anos atrás. Hoje, uma nova cultivar rapidamente toma conta de 1 milhão, 1,5 milhão de hectares. Isso está relacionado ao perfil do tomador de decisão, que vem mudando”, destaca André Dias, da Spark Inteligência Estratégica.
A consultoria aponta que o cultivo da soja predomina em 55% da área de 69,1 milhões de hectares dedicada à agricultura no Brasil. Dados levantados pela Spark também sinalizam a existência de 141 mil propriedades rurais voltadas à atividade agropecuária no país. Cerca de 7 mil delas estão localizadas em Mato Grosso e no chamado MATOPIBA (Maranhão-Tocantins-Piauí-Bahia) e concentram cerca de 40% da produção de grãos.
Produtividade em ascensão - A pujança dos números do Agro é confirmada por gráficos da Insper. De acordo com o professor Marcos Jank, a produtividade média nas lavouras vem crescendo 3,18% ao ano. “O Brasil é quem mais ganhou produtividade média entre as nações, não só a produção física, mas também de capital. É um patamar de crescimento bem maior que a produtividade americana e um pouco mais que a indiana”.
O ENSSOJA 2022 segue nesta terça-feira (14). Abre os trabalhos do dia o pesquisador José Barros França Neto (Embrapa Soja), seguido de outros palestrantes e atividades programadas. Acompanhe mais detalhes do evento por meio das redes da ABRASS.