Com lucros históricos entre 35% e 54%, conforme a localização da fazenda, os agricultores “não deveriam arriscar sofrer uma reviravolta para baixo daqui para frente”, afirma a T&F Consultoria Agroeconômica. “O nível dos preços está excessivamente alto, deixando pouca margem para subir mais”, projetam os analistas. 

“Sim, é verdade que o RS teve 40% de quebra de safra e seus preços serão um pouco mais elevados que os dos outros estados, mas não muito mais do que estão. Além disso, se a exportação reduzir a demanda, a disputa com as indústrias esmagadoras será consideravelmente aliviada e os preços não terão motivos para subir mais”, pondera a T&F. 

Segundo eles, também é verdade que haverá menos soja no Brasil no segundo semestre. Por outro lado, os estoques norte-americanos estão três vezes maiores do que a média histórica do país, podendo alimentar os chineses até setembro, quando os Estados Unidos começarão a colher a nova safra. 

“Então, nossa recomendação é a de que os vendedores aproveitem para garantir não os preços, mas os bons lucros atuais, sem se arrepender se os preços subirem um ou dois reais a mais, porque o importante é o lucro e não o preço”, afirmam os analistas da T&F.

3 PISTAS

De acordo com a Consultoria, há três bons indicadores para o futuro do preço da soja: “Gráfico de Chicago, prêmios nos portos e Dólar”. “Se Trump se entender com os chineses e estes continuarem a efetuar compras significativas de soja americana (e milho e trigo), é muito provável que as cotações de Chicago continuem a subir”, afirmam.

“Ainda se isto tudo acontecer, a tendência dos prêmios da soja brasileira será a de cair, porque a China dará preferência para as compras nos EUA, reduzindo a demanda nos portos brasileiros. Além disso, o Brasil antecipou as suas exportações, no que, aliás, fez muito bem, deixando pouco volume para o segundo semestre e não farão falta. Mas, os preços não deverão subir muito mais, então é melhor aproveitar agora”, ponderam

“Ainda se Trump se entender com os chineses (algo muito provável, porque a disputa desgastou os dois lados até agora e ambos estão sentindo fortemente os efeitos da pandemia, precisando reerguer as suas economias), o dólar pode voltar a cair no Brasil, porque um dos motivos da alta é justamente a instabilidade econômica mundial”, concluem.

Fonte: Agrolink