O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (1º) os dados da pesquisa Produção Agrícola Municipal 2019 (PAM 2019). O valor da produção agrícola foi recorde no ano passado e atingiu R$ 361 bilhões, uma alta de 5,1% sobre o ano anterior. 

A produção agrícola nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas somou, no ano passado, 243,3 milhões de toneladas, alta de 6,8% em comparação a 2018. A área plantada no país totalizou 81,2 milhões de hectares, uma evolução de 3,3%.

Culturas em destaque

O milho foi quem puxou o índice. Pela primeira vez ultrapassou a marca de 100 milhões de toneladas, aumento de 22,8%. O algodão herbáceo (em caroço) também atingiu recorde de 6,9 milhões de toneladas, incremento de 39,1%, enquanto a cana-de-açúcar apresentou recuperação frente a 2018, com crescimento no valor de produção de 5,3% no ano passado. 

A soja teve problemas com clima mas mesmo assim ocupou a terceira maior produção da oleaginosa. A pesquisa mostrou eu entre 1995 e 2019 a soja saiu de terceira maior colocada no ranking de maior valor da produção para o primeiro, com salto de 3,44%. Nesse período a área colhida aumentou 207%. . O volume de soja obtido também cresceu 344,9%, com rendimento médio dessa cultura da ordem de 44,8%, graças a investimentos feitos em pesquisa e tecnologia. 

Em termos de valor da produção a soja corresponde a 34,8%. Em segundo lugar aparece a cana-de-açúcar, com 15,2% e em 24 anos avançou 1.225,9%. Em terceiro aparece o milho com 13,2% e avanço de 1.216,1% no período de 1995 a 2019. Esses aumentos são explicados pelos técnicos do IBGE como decorrentes dos avanços tecnológicos e da valorização do dólar frente ao real. A soja somou R$ 125,6 bilhões em 2019, seguida da cana, com R$ 54,7 bilhões e o milho, com R$ 47,6 bilhões. Juntos, soja e milho responderam por 88,6% do volume total produzido pelo grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas. 

O café também merece destaque. Aparece em quarto lugar com 4,9% de participação. No ano passado o desempenho da safra não foi tão bom. A produção nacional de café somou 3 milhões de toneladas, queda de 15,3% comparado a 2018. Do mesmo modo, o valor da produção (R$ 17,6 bilhões) teve redução de 22% em relação ao ano anterior.

Segundo o IBGE, o desempenho negativo pode ser atribuído à diminuição da quantidade produzida de café arábica (-21,4%), em função da característica da cultura de alternar anos de abundância com anos de recuperação da planta. 

Desempenhos regionais 

Por regiões Mato Grosso ocupa primeira posição no ranking. A participação É de 16,2%, superando São Paulo (15,4%) que se destacou no cultivo de cana. Na terceira colocação, aparece o Rio Grande do Sul (11,4%), segundo maior produtor nacional de soja e primeiro de arroz.

O maior valor da produção agrícola de 2019 é justamente a Região Centro-Oeste, com R$ 107,9 bilhões, uma alta de 12,2% em relação ao ano anterior, tendo como principais lavouras a soja, o milho e a cana. 

Em segundo está o Sudeste com o valor da produção atingindo R$ 97,6 bilhões, destacando-se São Paulo (R$ 5,5 bilhões). Os principais produtos foram a cana, o café e a soja.

O Sul aparece em terceiro com R$ 91,6 bilhões no ano passado, com destaque para o Rio Grande do Sul (R$ 40,8 bilhões). Soja, milho e arroz foram os principais produtos.

No Nordeste o valor da produção somou R$ 42,4 bilhões, destacando soja e cana. A Bahia foi o estado da região com maior valor da produção: R$ 19,3 bilhões. Na Região Norte, a soja também foi o destaque em 2019, com valor de produção de R$ 21,4 bilhões, dos quais o Pará participou com R$ 10,8 bilhões.

Dos 50 municípios com maior valor da produção agrícola, 22 estão no estado de Mato Grosso e totalizaram, no ano passado, R$ 37,1 bilhões. Em seguida, aparecem Goiás, a Bahia e Mato Grosso do Sul, com seis municípios cada.

Sorriso, em Mato Grosso, respondeu por 1,1% do valor da produção nacional, com R$ 3,9 bilhões e expansão de 19,7% frente ao ano anterior. Seu principal produto foi a soja. A seguir, aparece Sapezal, também em Mato Grosso, com valor de R$ 3,4 bilhões, alta de 1,1% sobre o total gerado em 2018. O algodão herbáceo é o principal produto da cidade. A terceira posição é ocupada por São Desidério, na Bahia, com valor da produção agrícola de R$ 3,2 bilhões, registrando queda de 12,4% em relação ao ano anterior. A principal cultura também é o algodão herbáceo.

Fonte: Agrolink